O caminho para os carros elétricos se popularizarem tem se tornado cada vez mais turbulento, por um grande problema: as baterias continuam pegando fogo, motivo que tem se tornando uma preocupação crescente nos consumidores.
Recentemente, a BMW chamou de volta dez de seus modelos híbridos plug-in nos EUA, incluindo alguns da Mini, por causa de um risco de incêndio ligado a detritos que podem ter se infiltrado nas células das baterias durante a produção.
Logo após, a NHTSA dos EUA começou a investigar depois de receber relatos de incêndios espontâneos nas baterias dos veículos elétricos Bolt da Chevrolet. A GM confirmou que está colaborando com as autoridades.
E não muito tempo depois, a Hyundai fez um recall de 6.700 de seus SUVs Kona Electric nos EUA, parte de um recall global de cerca de 75 mil unidades, após vários relatos de incêndios enquanto os carros estavam parados.
Um risco à venda dos carros elétricos?
Embora esses incidentes ainda sejam raros, especialmente quando comparados aos incêndios em veículos a gasolina e diesel, eles estão sob os holofotes devido à novidade da tecnologia de carros elétricos.
Michelle Krebs, da AutoTrader, sugere que essas situações podem desencorajar potenciais compradores de carros elétricos, já que confiabilidade e segurança são as principais preocupações dos consumidores, de acordo com pesquisas da Cox Automotive, empresa mãe da AutoTrader.
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A Tesla também já passou por isso, tendo que atualizar o software dos veículos após dois incêndios de baterias terem ganhado atenção da mídia. Para tentar amenizar o problema a empresa adicionou placas de proteção sob seus carros para proteger as baterias após um incêndio causado por detritos na estrada.
Mas por que as baterias queimam?
Se você está se perguntando por que as baterias pegam fogo, Ken Boyce da Underwriters Laboratories pode te dar a resposta: As baterias de íon-lítio podem incendiar se forem mal fabricadas, danificadas ou se o software de proteção falhar. Ainda assim, considerando o número de baterias de íon-lítio em uso hoje, os incêndios são extremamente raros, com uma taxa estimada de um em 12 milhões.
As células, que são pequenas baterias individuais, são agrupadas em centenas ou milhares dentro de um carro elétrico para formar uma bateria. Com a demanda por veículos elétricos de maior alcance, os fabricantes estão buscando aumentar a densidade energética das baterias, o que deve ser feito respeitando os padrões de segurança da indústria para evitar que a energia extra se torne perigosa.
Ken Boyce nos lembra que não é a densidade energética em si que traz riscos, mas sim a importância de uma gestão de segurança abrangente e eficaz.
A gasolina também queima
E sim, carros a gasolina também têm seus dias quentes — literalmente. Afinal, eles funcionam graças à combustão, carregam tanques cheios de líquidos que adoram uma faísca e têm motores que às vezes, ficam mais quentes do que o clima no verão do Rio.
Os incêndios em veículos são eventos raros, mas comparar as estatísticas de incêndios entre carros a gasolina e elétricos é como comparar maçãs com laranjas.
Em 2018, por exemplo, houve cerca de 181.500 incêndios em veículos nos EUA, segundo a NFPA. A maioria desses incêndios envolveu veículos a gasolina ou diesel.
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Sobre os carros elétricos? Bem, eles ainda são novatos nas estradas e, por isso, menos propensos a incêndios. Marty Ahrens da NFPA aponta que os riscos aumentam com a idade do veículo, e a frota elétrica ainda está na flor da juventude.
Matt DeLorenzo, da Kelley Blue Book, observa que, apesar dos riscos conhecidos, as vendas de carros elétricos não esfriaram. E com mais carros elétricos circulando por aí, é improvável que um ou outro incidente desencoraje os motoristas de adotar a eletricidade. Se os problemas forem isolados e estiverem sob investigação, ele acredita que não há motivo para alarme.
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Fonte: CNN