A Apple divulgou ontem (25), uma das mais significativas alterações na App Store desde o início da loja virtual. Conforme as diretrizes estabelecidas pela Lei de Mercados Digitais (DMA) da União Europeia, a companhia passará a viabilizar a instalação de aplicativos provenientes de outras fontes além da própria loja, bem como autorizará a utilização de lojas de aplicativos de terceiros dentro do seu sistema.
A partir de agora, os desenvolvedores que utilizam a versão iOS 17.4 beta já podem acessar a nova funcionalidade, que estará disponível em todos os 27 países da União Europeia a partir de março deste ano.
Por enquanto, não há informações confirmadas sobre se essa mudança chegará para outros países.
O que fez a Apple recorrer a esta mudança?
A decisão novamente, foi tomada em resposta a uma nova regulamentação da União Europeia intitulada Lei dos Mercados Digitais. De acordo com essa lei, as empresas que possuem mais de 45 milhões de usuários ativos por mês, uma capitalização de mercado de 75 bilhões de euros além de outros fatores, devem tornar seus aplicativos compatíveis com os dos concorrentes.
Além disso, os usuários terão a liberdade de escolher quais aplicativos pré-instalar em seus dispositivos. Essas medidas visam garantir um ambiente mais competitivo e diversificado no mercado digital.
Assim como em eventos anteriores, a Apple alerta que as “recentes alternativas adotadas para realizar pagamentos e obter aplicações no iOS fora da loja oficial de apps, criam mais oportunidades para malwares, fraudes e esquemas fraudulentos, conteúdo ilegal e prejudicial, bem como outras ameaças à privacidade e segurança”.
De acordo com a empresa, foram implementadas medidas de segurança adicionais para identificar aplicativos genuínos no sistema operacional iOS e conceder permissões específicas aos desenvolvedores.
A companhia garante que essas alterações introduzem mais de 600 novas interfaces de programação de aplicativos (APIs), como análise de aplicativos e processamento de pagamentos, no sistema do iPhone.
Qual o impacto dessa inovação?
O comunicado da Apple é inusitado, principalmente porque a empresa sempre se mostrou hesitante em permitir a prática de sideloading — ou seja, a instalação de aplicativos provenientes de fontes externas à sua loja — algo que já é comum no sistema operacional Android.
A Apple também vai permitir que os usuários do iPhone na União Europeia escolham um navegador padrão e um aplicativo de pagamentos sem contato. Sendo assim, os usuários da UE poderão realizar pagamentos deste modo sem necessitar do sistema do Apple Pay.
Apesar disso, caso os desenvolvedores optem por não utilizar a App Store ou o sistema de pagamento da Apple, eles continuarão sendo obrigados a pagar uma taxa anual de “tecnologia essencial” no valor de 0,50 euro (cerca de R$ 2,60) por cada conta de usuário.
A Apple também afirmou que apenas grandes desenvolvedores pagarão essa taxa, embora não tenha especificado quantos usuários serão afetados. A empresa declarou também que as primeiras 1 milhão de contas de usuário estarão isentas dessa taxa, assim como organizações sem fins lucrativos, escolas e governos.
Navegador principal e serviços de streaming
No momento, os navegadores disponíveis no iOS são obrigados a usar o WebKit, que é o mecanismo de exibição de páginas da Apple. No entanto, a partir de agora, eles terão a possibilidade de adotar outros mecanismos. Isso é uma excelente notícia para o Chrome e o Firefox, por exemplo.
Outra novidade é que os serviços de streaming de jogos serão aceitos na App Store. Essa mudança beneficiará plataformas como o Xbox Cloud Gaming e GeForce Now, que até então precisavam utilizar tecnologias integradas ao Safari para disponibilizar os seus jogos.
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